coisas giras

Cá estou de regresso a este espaço ao fim de semana, com umas hiperligações giras 🙂

  • Há dias escrevi aqui como o 7 é um nº associado a ciclos da vida. Pois há um artigo que fala precisamente sobre esse número e a que corresponde o septénio, segundo a antroposofia (teoria desenvolvida por Rudolf Steiner, o fundador da pedagogia Waldorf). Fiquei sobretudo impressionada com a imagem que ilustra o artigo 😱- via Biblioteca Virtual da Antroposofia
  • Pode ser tranquilizador imaginar que também o tempo dos humanos é cíclico, mas eu concordo mais com Camões, que no poema Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, diz: O tempo cobre o chão de verde manto,/ Que já coberto foi de neve fria, / E em mim converte em choro o doce canto. Ou seja, a natureza rege-se por ciclos, nós temos um tempo linear…
  • Se o tempo é linear, mais vale gastá-lo bem e com coisas que nos enriquecem mesmo. Sabemos que somos criaturas sociais e as relações afectivas são alimento para o coração. A curta metragem acima apresentada é um excelente exemplo disso! Parece que está farta de receber prémios, ao vê-la percebemos porquê…
  • Para podermos ter espaço interior para relações frutuosas e enriquecedoras, temos de estar bem primeiro! A nossa saúde, física e mental, não pode ficar nunca para segundo plano, sob pena de nos destruirmos. O mulherio e as mães em particular têm uma certa tendência para vestir a fatiota de super mulher… mas TODA a gente sabe que isso é uma fantasia! Ok, estamos em época de Carnaval, mas na 4ª deixamos essa personagem de parte, está bem? Convido-vos a ler o artigo vamos falar sobre o burn out materno?
  • Prova provada de que temos mil coisas na cabeça o tempo inteiro, que muita gente nem imagina, é a hilariante carta que uma mulher deixa ao marido, a explicar tintim por tintim o que ele tem de fazer de manhã até deixar as filhas na escola. Só tenho isto a acrescentar – ahahahahahahahahahahahahahah – Hoje preparas tu as coisas de manhã, boa sorte, via Notícias Magazine.

Bom fim de semana e boa pausa de Carnaval, se for caso disso!

melro

ps – não esqueci o passatempo, mas ainda não é para hoje, desculpem

 

3 comentários sobre “coisas giras

  1. Olho com curiosidade a forma como retira desses três versos de Camões a conclusão de que o tempo dos humanos é linear e não cíclico, como o da Natureza (se bem entendi as suas palavras). Caso tenha um minutinho, gostava de saber a sua opinião sobre essa afirmação.

    A mim, que ninguém me pediu opinião, mas tomo a liberdade de a deixar aqui, parece-me que filhos da natureza não podem ser muito diferentes dela. Ora que não digo isto por ser mulher e, inevitavelmente, trazer dentro de mim um ciclo que se renova a cada mês, com todas as suas fases e influências, mas vejamos exemplos que podem ser comuns a qualquer ser humano, independentemente do sexo: quantas pessoas não se sentem mais produtivas e criativas no Outono e na Primavera, sentindo que o corpo pede mais recolhimento e descanso no Inverno e no Verão; a variação do clima, mais frio e cinzento deixando-nos menos energéticos e mais deprimidos, e o sol e céu limpo deixa-nos mais felizes e activos; a influência da lua no nosso corpo (em muito) composto por água, com menor fluxo de energia durante a lua nova e maior fluxo energético durante a lua cheia; a escola, com *períodos* mais stressantes de testes, outros mais calmos de aulas, aos quais os estudantes têm de se adaptar desde o primeiro ciclo até ao ensino universitário; já para não falar das flutuações ao longo do dia, mais cansados numas alturas, mais activos noutras, com mais/menos paciência, com maior/menor alegria… Tudo isto representa variações, ritmos, ciclos, ou até mesmo espirais progressivas, que, sim, são influenciadas pelo meio que nos envolve, já que não vivemos isolados numa bolha. Daí que gostasse de perceber melhor em que medida, para si, o nosso tempo é menos cíclico e mais linear.

    Este meu comentário deve ter pouco ou nada de científico, apenas de contemplativo. Tivesse mais tempo agora que escrevo e faria a minha pesquisa. Aliás, já me deu ideias para um novo post! Obrigada!

    Grata ainda pelo restante conteúdo desta publicação. Agradeço também, mais uma vez, pelo seu notável trabalho para a sensibilização desta que é uma área tão sensível – a maternidade.

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    1. Olá Inês! Obrigada pelo super comentário e pelo elogio 🙂

      Estou plenamente de acordo que também nós, animais pertencentes à espécie homo sapiens sapiens, nos regemos pelos ciclos naturais! A influência das hormonas, da luz solar, tudo isso influencia o nosso comportamento, estado de espírito e não só. Eu vejo pela quantidade de cabelo que me cai no Outono ou o humor mais irritável no Outono/regresso às aulas, com os dias a diminuir.
      Já sou, pessoalmente, um bocado mais céptica quanto à conjugação lua/constelação do zodíaco para cortar o cabelo (como facilmente se pode ver num calendário lunar muito popular nos países germânicos). A minha ginecologista garantiu-me que a fase da lua não tinha qualquer influência nos nascimentos, já que foram feitos estudos estatísticos que apontaram para essa conclusão.
      Há correntes para tudo e há quem só jure pela mãe natureza e os seus ciclos, mas não me incluo nesse grupo. Como escrevi anteriormente, sou cartesiana e gosto do pensamento científico, até prova em contrário tenho alguma reserva quanto a certos aspectos da influência astral ou natural ou o que se queira chamar.

      Mas veio esta minha leitura a propósito da antroposofia e, mais concretamente, da imagem do tal artigo – com o símbolo do infinito onde continuamente entram e saem humanos. E ainda a entrada e saída e eventual evolução das espécies animais. Esta leitura do universo aproxima-se da dos budistas, que crêem no karma e samsara e a constante evolução, em espiral. O ciclo a que me referia é mais amplo, e não mini ciclos durante a nossa vida terrena (a única que verdadeiramente conhecemos, afinal).

      Camões é, nesse aspecto, muito claro: a natureza renova-se, traz de novo a Primavera e a promessa de vida, já nós caminhamos para a velhice e a tristeza que nos traz. A partir de uma certa altura da nossa vida, se lá chegarmos, são mais os mortos que conhecemos do que os vivos. É esse o choro de Camões, por oposição ao doce canto da Primavera da vida.

      A antroposofia baseia-se no cristianismo, mas tem uma base esotérica com a qual não me identifico de todo. Isso não impede que me sinta muito atraída por determinados aspectos da sua leitura do mundo, mesmo que discorde de (boa) parte dela 😉

      abraço

      ps – o tal artigo em que abordo isto é este https://maegazine.com/2015/12/27/steiner-vs-descartes/

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      1. Muito obrigada pelo esclarecimento e pela disponibilidade em o fazer. Certamente discordaremos em muitas coisas, concordaremos com outras tantas e aprenderemos algo de novo pelo caminho.

        Aguardo com entusiasmo pela sua próxima publicação!

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