Os dias são longos, mas os anos voam

Este texto foi originalmente publicado em inglês no The Art of Simple, da Tsh Oxenreider. Eis a tradução livre:

Querida tu mesma daqui a 20 anos.

Por esta altura é provável que tenhas o ninho vazio. É também provável que tenhas muito menos roupa para lavar e que de vez em quando ainda cozinhes demasiada comida, como dizia a minha mãe que aconteceu quando o meu irmão e eu saímos de casa. Talvez consigas mesmo Continuar lendo Os dias são longos, mas os anos voam

Uma certa nostalgia (e uma certa distracção)

A primeira vez que ouvi esta música, repito, a primeira vez, chorei baba e ranho. Chorei litradas de quentes e sentidas lágrimas. Nem vou ouvir agora para não ficar de novo no lastimável estado.

A canção é francesa (imagino que não tenha o mesmo efeito sobre quem não entende a língua) e chama-se En l’an 2001. No ano 2001, quando eu tiver 20 anos, diz o texto. Continuar lendo Uma certa nostalgia (e uma certa distracção)

sobre o fazer acontecer

Nem sei bem como começar. Talvez por listas. Começo por aqui porque, pessoalmente, sou fã de listas.

Sou fã porque as listas ajudam-me a organizar-me, a saber o que fazer a seguir.

Tenho a cabeça tão cheia de tralha que quando me lembro de uma coisa quero logo apontá-la, para não me esquecer. Por vezes, a caminho do papel ou do sítio onde vou tomar nota, já me esqueci. E tenho de retomar o percurso, Continuar lendo sobre o fazer acontecer

Mitos que fazem de nós mães miseráveis

Tenho andado a pensar muito neste assunto – como a nossa percepção de determinadas coisas, como ser-se mãe e educar filhos, se alterou com esta era da internet, da partilha e da super abundância de informação.

Há um longo texto em inglês (tão longo que não vou traduzir agora!) que fala de 17 mitos que a internet criou em torno desta temática da maternidade. A autora teve filhos ainda adolescente (pré net) e 20 anos mais tarde (pós net) e fala de uma diferença colossal.
Grosso modo diz que a informação é de tal forma vasta que ficamos esmagados e sentimos que falhamos redondamente em toda a linha. Continuar lendo Mitos que fazem de nós mães miseráveis

“Modo sobrevivência”

Há alturas na vida em que cuidarmos de nós mesmos não é tão simples como comer um gelado ou ir ao cabeleireiro. Há episódios difíceis, muito difíceis mesmo que se sucedem, “aos cachos”, como as bananas. Uma notícia de desemprego, uma doença tramada, uma separação ou uma morte abalam a nossa estrutura por inteiro. Ou talvez nem seja preciso algo tão trágico para nos deitar abaixo, mas o sentimento de abatimento prevalece.

Entramos então em modo sobrevivência. Continuar lendo “Modo sobrevivência”

mãedamento nº1

Ao começar este site, tive a ideia de criar a série dos mãedamentos.

Não que me veja como uma Moisés dos tempos modernos, longe disso (e até prova em contrário não tive qualquer inspiração divina 😉 ).
Tampouco gosto de coisas demasiado prescritivas – o que não falta por aí são pessoas e livros e afins que nos explicam tal qual como devemos viver a nossa vida.

Então porquê mãedamentos? Continuar lendo mãedamento nº1

Quando nos questionamos sobre o plano B da vida

Há dias vi esta imagem que aqui reproduzo, da autoria do ilustrador catalão Jordi Labanda. Fiquei a pensar nela e associei-a a um belíssimo texto, outonal, do José Tolentino Mendonça, que tem uma rara capacidade para escrever sobre a alma humana.
A certa altura escreve ele:

(…) Há um momento na nossa vida, ou há momentos nela, em que fazendo um balanço, sentimos que ficámos aquém dos nossos próprios sonhos. (…) Esperávamos isto e aquilo que não aconteceu. Desejávamos uma plenitude, uma fulgurância, um clarão e o que temos é uma estreita e baça normalidade. Sentimo-nos, sem saber bem como, a viver sob tetos baixos. Há uma espécie de doçura prometida que nos escapa, que fica adiada, que começamos talvez a julgar que já não será para nós, tão inacessível nos assoma. Continuar lendo Quando nos questionamos sobre o plano B da vida