(outra vez) sobre balanços

Estou a repetir-me, bem sei, mas lá venho falar de balanços.

Há os clássicos, na passagem do ano (civil). Entre Dezembro e Janeiro há ali uma fase de fresh new start, página em branco que sabe muito bem. Falo disso aqui.

Depois há o novo ano lectivo, o arrumar as tralhas das férias e a rentrée – novo ano escolar, novo ciclo de trabalho, novo Outono e Inverno… Mais aqui.

E depois há os aniversários, nossos e da prole. Continuar lendo (outra vez) sobre balanços

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Fevereiro | tradições e celebrações

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Chegámos a Fevereiro.

Fevereiro não tem o ímpeto dos inícios, como Janeiro, nem a promessa da renovação de Março, com o Equinócio da Primavera.

Fevereiro é o mais curto dos meses e aquele em que já deitámos a toalha ao chão das nossas boas intenções para o Ano Novo (ou para lá caminhamos): fazer exercício de forma regular, comermos de forma mais saudável, encontrarmo-nos mais regularmente com aqueles de quem gostamos, estarmos menos stressados e mais presentes para os nossos, etc.

Depois da loucura das festas e do longo mês de Janeiro em que recuperamos do caos que o precedeu, chegamos a Fevereiro. Estamos em pleno Inverno, com as longas noites e os dias ainda curtos e que esperamos que passem depressa. Muito provavelmente é um mês sem nada de relevante, mas não tem de ser assim. Continuar lendo Fevereiro | tradições e celebrações

Das inseguranças

Há dias em que sentimos que dominamos o mundo. Olhamos para a vida com confiança, ímpeto, garra. Podemos até ter um olhar sobranceiro sobre certos assuntos, coisas ou pessoas, porque estamos na crista da onda. Pode ser por estarmos apaixonados, ou por determinado aspecto da nossa vida estar a correr particularmente bem.

E há dias em que – sobretudo no exercício da comparação, mas não só – nos sentimos um cocó. Um falhanço, um borrão, um engano. Nesses dias, talvez por maior cansaço, ou porque fizemos algo que não nos corresponde (ou queremos que nos corresponda) ou, pura e simplesmente, porque a nossa forma de ser e de nos manifestarmos não vai de encontro ao gosto da maioria, ou mesmo de uma minoria à qual gostaríamos de agradar. Continuar lendo Das inseguranças

Quando a psicologia positiva *não* é uma alternativa

Começo o artigo com um esclarecimento prévio.

Como tenho (muito) pouco tempo livre, leio pouquíssimos blogues. Tenho os meus mentores de educação parental em quem confio plenamente e que escolhi por me rever em toda a linha e não apenas nalguns aspectos – e são ambos estrangeiros. Tampouco sou especialista na matéria, mas leio mesmo muito e vou criando umas ligações aqui na cabeça.

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Posto isto, tropecei num artigo que diz psicologia positiva o tanas, que berrar baixo é muito bonito na teoria (e é) e é horrivelmente difícil na prática (e é) e dá a entender que é uma treta inventada para vender livros e quejandos. E nos comentários diziam que era aquilo tal qual e psicologia positiva para as urtigas ou lá perto. E alguém, em clara minoria, comentava que a psicologia positiva era uma de muitas abordagens possíveis (será?) e que todas estavam certas (estarão?) mas que ela, por acaso e em contracorrente com as ideias ali partilhadas, até se dava bem com ela.

Mas há casos em que pura e simplesmente não há alternativa à psicologia positiva. Tem de ser mesmo positiva, ou gentil, ou o que queiram chamar.

E passo a explicar porquê. Continuar lendo Quando a psicologia positiva *não* é uma alternativa

#semstress (ou lá perto) em 15 pontos

(este site é meio magazine meio blogue onde vou partilhando ideias mundanas ou profundas. Certos textos partem da minha experiência, que não pode ser radicalmente diferente da de muitas mães por este país mundo fora. Este encaixa-se nesta categoria)

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Assumo ser uma stressada. Não era assim antes de ter filhos. Mas, não sei como, três putos à perna fazem-me ser a Fabienne Lepic da série francesa que passa na RTP2 (1ª temporada).

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Da mudança

Não é novidade nenhuma: se há algo que caracteriza a vida, esse algo é a mudança. Mas partindo desta evidência, há muitas nuances e subtilezas.

Há mudanças discretas, subtis, caladas, mínimas, internas, íntimas.

Há mudanças sonoras, estrondosas, inesperadas, súbitas, chocantes.

Uma e outra podem provocar sismos internos (ou externos). E ambas podem coincidir, dependendo da perspectiva.

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Mar com tempestade, de Ando Hiroshige (o meu artista favorito de *sempre*) Continuar lendo Da mudança

B  A  BA do stress 

Sei, por experiência própria – por estudar, por ler, por analisar – que o stress é tramado. Para quem tem filhos, sobretudo pequenos, o stress pode ser mesmo brutal (e soltamos o animal facilmente). Escrevi sobre isso no artigo Vamos falar sobre o ‘burn out’ materno?

O stress é uma resposta biológica, primária, e serve para nos defendermos. Defendermos das ameaças externas, dos perigos.

Agora já não são as intempéries, a falta de comida para caçar ou colher ou as tribos rivais (ideias de quem não é antropóloga, ah ah), mas são a falta de estrutura familiar de apoio, as exigências laborais, o tempo passado no trânsito ou nos transportes, as inúmeras exigências da vida numa capital europeia, às quais se juntam as pequenas e acumulativas chatices de uma vida corriqueira e, last but not least, o desafio que é ter 3 miúdos com idades inferiores a 7, com carácter bem (bem) (mesmo bem) vincado…

O nosso cérebro responde de uma de 3 formas ao stress: ou atacamos, ou fugimos, ou congelamos.

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