Sou – assumida e deliberadamente – cautelosa, céptica e apreensiva no que diz respeito às redes sociais em particular e à internet em geral.
Quando a tecnologia avança a um ritmo alucinante, ou vamos na corrente, ou fazemos alguma resistência (e ficamos contra a corrente de alguma forma). Estou entre os segundos.
Dia 2 de Abril assinala-se o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo. Sei muitíssimo pouco do assunto, mas conheço quem tenha um filho autista profundo e que é um extraordinário exemplo de vida, pela resiliência e pela forma como dá a volta (e que volta!) à adversidade. Foi essa pessoa que me falou da possível luz ao fundo do túnel, que muito recentemente foi anunciada. Mas vamos por partes. Começo pelo vídeo que partilhei no Facebook da Mãegazine, este:
Depois sugiro a leitura do excelente artigo da Bruna Gomes, em que nos diz que sabemos muito mais sobre o autismo do que aquilo que achamos. Vale bem a pena ler o seu artigo no Brincando por aí.
E finalmente a tal notícia, que está relacionada com os neuro transmissores. O gene Shank3 parece estar relacionado com os transtornos de espectro do autismo e a luz ao fundo do túnel surge depois de testes em ratos. Há uma portuguesa que está envolvida nesta pesquisa – Patrícia Monteiro, da Universidade do Minho.
Com esta nota de esperança vos desejo um bom fim de semana!
Há tanto artigo interessante ou curioso por aí, que cá vão mais umas sugestões:
Já se sabe que o Mãedamento nº1 é cuidarmos de nós em primeiro lugar. Isso implica cuidarmos não apenas do lado físico, mas também da cabeça e coração. Ora o The Art of Simple tem um artigo que fala bem disto de se ‘amputar’ uma metade nossa, que tem de crescer de novo, para a nossa própria sanidade! How is your other half? é o tal artigo
A Bruna Gomes apresenta uma perspectiva gira do conto do Patinho Feio (dos que menos gosto justamente por achar que a mãe é péssima!). Aqui está condensada a ideia do livro Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés, em que são apresentadas vários tipos de mães: Brincando por aí.
Cada vez sinto mais que sou da velha guarda, o que quer que isso queira dizer. Por isso confesso ficar um bocado de pé atrás quando vejo alguém defender (o questionamento, mas numa perspectiva da abolição) a letra de imprensa, por oposição à ‘letra de escola’. O argumento é que nada publicado (física ou virtualmente) a usa. Caramba, a escrita desenvolve a motricidade fina. A letra é um traço de individualidade e há quem diga que reflecte a nossa personalidade. Só desenvolvemos a nossa letra se partirmos da letra de escola, com as letras ligadas entre si. É então melhor termos todos uma letra de imprensa, uniformizada, só porque a lemos mais? O artigo está aqui – Questione o óbvio, blogue Com Regras
O tal artigo fala da caligrafia como exemplo do ensino obsoleto e repetitivo, sem pensamento por trás, que mimetiza procedimentos que remontam a épocas diferentes, sem os desafios actuais. Um outro artigo (grande sucesso na página de Facebook!) aborda esta problemática da resposta que as escolas dão aos desafios contemporâneos. Houve, ao que parece, um crescimento exponencial de ensino doméstico (homeschooling ou unschooling), retirando crianças do ensino regular e ensinando em casa, com outros ritmos e abordagens. Pessoalmente percebo, partilho muitas das angústias e posições dos pais – e partilho-as aqui! – mas daí a retirar os miúdos… vai um passo que não dou. Um argumento em particular arrasou comigo: “Não vejo na escola conhecimento a ser realmente útil. Desconfio que chegamos ao 5º ou 6º ano e não precisamos de mais nada da matemática. Obviamente, há profissões que exigem mais matemática, mas aí isso chegaria na faculdade.” Oi?! Desconfio que esta é uma frase aflitivamente ignorante e que quem a pronunciou não concebe que a matemática possa ser uma espécie de ginástica do cérebro e do pensamento abstracto, que se não for exercitado, não pode ser apenas ensinado na universidade. Já para não falar do alcance deste argumento, se extensível a outras matérias. Minudências, certamente… Viver e aprender sem ir à escola.
Há realidades que nos ultrapassam e que estão efectivamente ligadas ao útil, à terra, ao dia-a-dia, ao pensamento muito concreto. Mas essas pessoas enviam (pasme-se!) os seus filhos para a escola, em condições incríveis. Este vídeo publicado no Facebook é a lou-cu-ra!!! Quantos contam?
E assim estão concluídas as coisas giras deste fim de semana, porventura as mais polémicas até à data (devia ter chamado coisas giras para comprar guerras, ahahahah)
Divirtam-se e aproveitem bem o dia do Pai! 😉
Há tanto artigo interessante por aí, que não resisto a partilhar uns quantos:
Uma amiga gastroenterologista já me tinha dito – somos 10 vezes mais bacterianos do que humanos! Ou seja, temos 10 vezes mais bactérias do que células humanas. É incrível, não é? O problema é que com o nosso tipo de vida, sobretudo urbano, com comida processada e com detergentes anti bacterianos e afins, estamos a reduzir drasticamente não o número, mas sim a variedade bacteriana que temos. E isso pode ser dramático a médio e longo prazo, com o aumento de incidência de doenças (nomeadamente auto imunes). Curiosamente as mães têm à sua disposição duas formas de oferecer um largo leque de bactérias aos seus filhos – através de um parto vaginal e da amamentação. Se a cesariana é feita sobretudo por indicação médica em Portugal, no Brasil as estatísticas são obscenas… Vale por isso a pena espreitar este artigo intitulado Queridas bactérias, venham cá aos intestinos – Observador
Se por um lado no Brasil as cesarianas (ou cesáreas como lá chamam), são a norma, por outro têm medidas bem boas a ser aplicadas… à educação: acabou de ser aprovada lei que inclui o ensino de artes – teatro, dança, artes visuais e música – no ensino básico. A mudança e introdução das alterações terá lugar ao longo de 5 anos – Agência Senado
A versão nós por cá é o aumento para 55h horas semanais lectivas!!! O governo recentemente nomeado tem propostas novas, mas que vão no sentido diametralmente oposto ao que seria expectável e que seria um maior empenho e enfoque na educação pública, de qualidade e gratuita. A tão desejada boa articulação de tempo de trabalho/tempo de família é cada vez mais uma miragem… Várias são as pessoas que se insurgem, aqui deixo dois artigos, o do Diário de Notícias, com a opinião de Carlos Neto, e o do Público, com a opinião de Santana Carrilho – Escola a mais, pais a menos. Tristeza…
Uma das bloguistas que mais aprecio, a brasileira Bruna Gomes, tem dois artigos que valem muito a pena, para variar! Um é sobre a escola e modelos de ensino e o paralelismo que a autora encontra com… uma parede de escalada! Curiosos? É este. O outro artigo vai totalmente ao encontro da minha postura e pesquisa (como aliás comentei no site da Bruna) – Porque estimulamos demais as crianças? (mais sobre este assunto no Mãegazine daqui por uns tempos)
E não resisti à imagem que hoje ilustra as Coisas Giras! Ahahahahah!!! Serei só eu a rever-me nesta lista de atitudes? Gosto particularmente da 3, mas como a confusão chateia, passo ao 1, depois perco-me no 7, argumento com o 12 e termino no 2. Mas o que eu queria mesmo mesmo é o 4… 😄
Pode ser tranquilizador imaginar que também o tempo dos humanos é cíclico, mas eu concordo mais com Camões, que no poema Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, diz: O tempo cobre o chão de verde manto,/ Que já coberto foi de neve fria, / E em mim converte em choro o doce canto. Ou seja, a natureza rege-se por ciclos, nós temos um tempo linear…
Se o tempo é linear, mais vale gastá-lo bem e com coisas que nos enriquecem mesmo. Sabemos que somos criaturas sociais e as relações afectivas são alimento para o coração. A curta metragem acima apresentada é um excelente exemplo disso! Parece que está farta de receber prémios, ao vê-la percebemos porquê…
Para podermos ter espaço interior para relações frutuosas e enriquecedoras, temos de estar bem primeiro! A nossa saúde, física e mental, não pode ficar nunca para segundo plano, sob pena de nos destruirmos. O mulherio e as mães em particular têm uma certa tendência para vestir a fatiota de super mulher… mas TODA a gente sabe que isso é uma fantasia! Ok, estamos em época de Carnaval, mas na 4ª deixamos essa personagem de parte, está bem? Convido-vos a ler o artigo vamos falar sobre o burn out materno?
Prova provada de que temos mil coisas na cabeça o tempo inteiro, que muita gente nem imagina, é a hilariante carta que uma mulher deixa ao marido, a explicar tintim por tintim o que ele tem de fazer de manhã até deixar as filhas na escola. Só tenho isto a acrescentar – ahahahahahahahahahahahahahah – Hoje preparas tu as coisas de manhã, boa sorte, via Notícias Magazine.
Bom fim de semana e boa pausa de Carnaval, se for caso disso!
ps – não esqueci o passatempo, mas ainda não é para hoje, desculpem
Acabou o Natal. Pessoalmente não tenho pressa em desfazer-me das decorações logo após o dia 25 – tirei hoje, já depois dos Reis. Entrámos no mês de Janeiro, provavelmente o mais longo mês do ano: passou a furiosa azáfama do Natal, com todas as suas tensões físicas e psicológicas (como aqui falo). Janeiro é, verdadeiramente, um mês de recolhimento neste hemisfério Norte, com os dias ainda curtos e a acalmia pós Natal.
É assim de tal forma (e tão empenhada estou em cumprir as minhas resoluções de ano novo) que pouco aqui se publicou. Ajuda também o facto de gastar 2h diárias a tentar pôr uma das 3 crianças a dormir. Acho que Janeiro é mesmo o mês de recuperação e de preguiça!
Apesar de ter como objectivo gastar melhor o meu tempo em casa e online em particular, estou longe de dar por encerrado este espaço! As publicações apenas serão mais espaçadas. Posto isto, eis as coisas giras desta semana!
A foto do ano às vezes chega… no ano seguinte. Enfim, mais vale tarde que nunca. Esta família também partilhou a sua agora em Janeiro e são sempre uma inspiração! Dana Willard do Dana Made It ❤
Achei graça a este artigo sobre fazer a cama. Primeiro porque eu sou a fanática da cama feita – dá-me a sensação ilusão? de limpeza, arrumação, domínio sobre o espaço – segundo porque ela tem razão, um novo hábito instituído pode ter efeito dominó nas nossas vidas. O artigo é este do The Art of Simple, mas a ideia base é a mesma que expliquei nas resoluções modo de usar.
A propósito de boas resoluções, que tal sermos mais conscientes e repensarmos as partilhas das fotos da nossa prole nesta era digital? Um estudo australiano aponta para que metade das fotos de sites pedófilos sejam retiradas… de blogues e perfis públicos de pais bem intencionados 😱 – Bebé mamãe
Encontrei este artigo que me parece giro e que fala sobre os ritmos e rotinas, cruzando as pedagogias Waldorf e Montessori. A ler com calma – Study at home mama
Acabei de ler este belo texto da autoria de Rubem Alves ❤ do qual destaco a seguinte parte: Desde o nascimento de nossos filhos temos a oportunidade de aprender sobre esse estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. O texto intitula-se Quando os filhos voam…
E está para muito breve o artigo sobre a empatia 😀 Atentai!